Guarda Militar da Reserva reforça política de segurança do Estado

Militares da GMR atuam na guarda de quartéis, presídios e diversos outros órgãos da estrutura administrativa do Estado (Fotos: Werneck Moreno)
Depois de passar três anos na reserva, o 2º tenente José Paulo dos Santos, 52 anos, resolveu retornar ao trabalho. “Voltar a vestir a farda, que eu gosto bastante, e também ganhar um dinheiro extra e aumentar a renda familiar foram minhas maiores motivações”, revelou Santos, um dos 493 policiais militares que integram a Guarda Militar da Reserva (GMR).

O grupo, instituído através do decreto governamental 9.353 de 2011, tem reforçado o efetivo da PM, ocupando os espaços administrativos e ‘liberando’ os mais novos para o trabalho ostensivo nas ruas. José Paulo Santos, por exemplo, já atuou como músico e regente da Banda de Música da PM e hoje está empregado na guarda do Quartel do Comando Geral, na Capital, recebendo visitantes e controlando a entrada e a saída de pessoal.

“Existe um resgate da própria identidade do policial, além de um reforço no salário, fazendo com que eles deixem algum ‘bico’ na iniciativa privada e voltem à instituição. A polícia ganha muito, porque é uma mão de obra altamente qualificada, são PMs experientes e que conhecem o funcionamento da corporação”, apontou o coordenador geral da Guarda Militar da Reserva, tenente coronel Walter Dias de Araújo.

Segundo ele, todos os anos têm sido lançados editais para recrutar e selecionar esses PMs e o número de interessados cresce a cada novo processo. “Eles têm atendido bem a demanda, atuando em guardas de quartéis e presídios, ou ainda como motoristas (não operacionais), realizando escalas de serviços, ou seja, desempenhando funções administrativas em diversos órgãos do governo”, citou Walter, ao informar que o efetivo da GMR está distribuído nas áreas cobertas pelos três comandos regionais da PM – sediados nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos.

Para o comandante geral da Polícia Militar, coronel Euller de Assis Chaves, a oportunidade dada aos PMs de integrarem a Guarda Militar da Reserva é uma forma de reconhecer todo o trabalho desempenhado por eles ao longo da ativa, além de reforçar a polícia de segurança pública do estado. “São homens dispostos a continuar contribuindo com a sociedade e eles estão fazendo isso muito bem, em diversas atividades”, completou o comandante.

Processo seletivo

Desde a instituição da GMR, em 2011, cinco processos seletivos já foram realizados para recrutar os PMs. Inicialmente é lançado um edital interno, com publicação em boletim, no qual os reformados (praças com idade limite de 56 anos e oficiais de até 60 anos e posto até o de capitão) inscritos se submetem a avaliação médica, física, psicológica e documental.

A classificação é meritória, através de critérios como o comportamento e a vida profissional do policial enquanto na ativa e o nível de escolaridade dele. Havendo empate, o que tem mais antiguidade no posto fica à frente. O último edital lançado foi em maior deste ano, com a oferta total de 150 vagas, todas preenchidas. A Polícia já prepara um novo processo para ser desenvolvido em 2013.

Capacitação

Após a classificação, o policial militar para por um Estágio de Readaptação Funcional, com carga horária de 60 horas, para então assumir uma nova função dentro da Polícia Militar da Paraíba, ganhando uma nova matrícula e uma bolsa com valor que varia dependendo da graduação. O estágio é ministrado no Centro de Educação da PM, no bairro de Mangabeira (na Capital), e demais Núcleos de Formação da instituição distribuídos pelo Estado. A grade inclui disciplinas como tiro defensivo, defesa pessoal, direito aplicado e relações públicas e humanas.

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