Hospital Edson Ramalho realiza cirurgia inédita no Estado

Hospital Edson Ramalho
Pessoas fumantes e etilistas que apresentam rouquidão prolongada são o perfil do paciente com câncer de laringe. Em casos iniciais, o tratamento pode ser menos agressivo e o paciente pode ter sua voz preservada. Entretanto, nos casos mais avançados, faz-se necessária a remoção cirúrgica de toda a laringe, o órgão responsável pela voz. Com a perda da laringe, cria-se a necessidade de reabilitação da comunicação verbal e reinserção do paciente na comunidade.

Na última quinta-feira, dia 16 de maio, no Hospital Edson Ramalho, a equipe composta pelo Cirurgião de Cabeça e Pescoço, João Paulo de Medeiros Vanderlei e a fonoaudióloga, Vivian Lisboa de Lucena, realizaram o sonho de dois pacientes que tiveram suas laringes removidas cirurgicamente devido ao Câncer. Pela primeira vez no Estado, Foram instaladas próteses vocais que permitiram que os pacientes voltassem se comunicar com suas famílias e amigos.

Para o diretor geral do Hospital Edson Ramalho, coronel Thealmam Queiroz, este é mais um procedimento de muito orgulho e de alta complexidade para os que fazem aquela casa de saúde, que vem paulatinamente conquistando renovação, e qualidade na área de saúde. Ele também destacou a qualidade e capacidade da equipe médica envolvida nos procedimentos médicos.

Segundo João Paulo, o procedimento é simples e relativamente rápido, porém exige pericia técnica conseguida através de treinamento em Residência Médica. As próteses também requerem treinamento do paciente quanto ao uso e cuidados na manutenção. A duração média dessas próteses varia bastante, em média, se bem cuidadas duram 8 meses, mas podem durar bem mais, e a troca pode ser feita no consultório, sem a necessidade de nova cirurgia ou anestesia.

No dia seguinte a cirurgia, mesmo com o edema provocado pelo procedimento, ambos os pacientes já retomaram o treinamento para usar a prótese. A fonoaudióloga Vivian Lucena comemorou com os pacientes suas primeiras palavras. Para que pudessem iniciar a fala após a cirurgia, os pacientes foram submetidos há um treinamento específico, levando em consideração toda técnica necessária para reabilitação e que iniciou antes mesmo da cirurgia.

Esses pacientes ainda necessitam de tratamento fonoaudiológico por um longo período para uma melhora da qualidade da voz e inteligibilidade da fala, mas o resultado inicial já mostra que a ressocialização é quase instantânea.
A equipe ressalta que o tempo decorrido da laringectomia (cirurgia para remoção da laringe) não impede a instalação da prótese e a reabilitação do paciente. Um dos pacientes que era locutor esportivo já havia perdido a laringe há 2 anos e o outro há 6 meses.

“A prótese é feita de silicone e não oferece agressão ao organismo do paciente, não há relato na literatura de rejeição e, praticamente todos os pacientes laringectomizados podem ser reabilitados por esse método, mesmo os que fizeram a cirurgia há longa data ou necessitaram fazer radioterapia após as laringectomias”,
informa João Paulo.

“Há bastante tempo, procurava reabilitar nossos pacientes laringectomizados com as próteses vocais, mas sempre encontrava dificuldades. Existem outras formas de reabilitação, porém a prótese é a que estabelece a melhor qualidade da voz e satisfação dos pacientes. Espero que muitos outros pacientes possam realizar seus sonhos” relata Vivian Lisboa.

A equipe espera agora poder contar com o apoio do governo do Estado e principalmente das prefeituras para custearem a aquisição das próteses.

A direção do Hospital Edson Ramalho propiciou o ambiente e parte dos equipamentos para a execução do procedimento, a prefeitura da cidade de um dos pacientes custeou uma das próteses e a outra foi comprada pelo próprio paciente.

Os fornecedores das próteses, a MZ medical e a Atos Medical doaram à equipe o material especial necessário a instalação das próteses e seus representantes nacional, Jose Cruz e da America Latina, Patrick Lijekvist, além da fonoaudióloga da empresa, Andrea Maduro vieram pessoalmente acompanhar as cirurgias e o início da reabilitação inéditas no Estado.

Compartilhar