Segurança triplica apreensão de armas no 1º quadrimestre

As Polícias Civil e Militar apreenderam 482 armas de fogo em todo o Estado durante o primeiro quadrimestre de 2011, mais que o triplo da quantidade de armas apreendidas durante o mesmo período no ano de 2010, que totalizou 144.

De acordo com dados do Instituto de Polícia Científica (IPC), no mês de janeiro de 2011 foram realizadas 128 apreensões, contra 40 em 2010. Já em fevereiro, 123 armas foram apreendidas, quatro vezes mais que no mesmo mês do ano anterior (37). O maior crescimento foi em março, que totalizou 134 armas, contra 41 de 2010, seguindo-se de 97 apreensões em abril de 2011, mais que o triplo registrado no mesmo mês do ano passado (26).

Para o secretário Cláudio Lima, da Segurança e da Defesa Social, os bons resultados são consequências de ações específicas desenvolvidas pelas polícias, principalmente na região metropolitana de João Pessoa, onde são registrados os maiores índices de crimes violentos letais intencionais, como homicídios, e também em Campina Grande.

“A Operação Cidade Segura, por exemplo, é focada no combate ao porte ilegal de armas e ao tráfico de drogas, com a abordagem de pessoas, de veículos, além de vistorias em bares e ônibus, além de cumprimento de mandados de prisão. Tudo com o objetivo de diminuir a ocorrência de homicídios e crimes contra o patrimônio”, afirmou o secretário.

Segundo o tenente coronel Júlio César, da Assessoria de Ações Estratégicas da Seds, a polícia realiza o controle o de pontos estratégicos, empreendendo uma repressão qualificada e baseada em uma análise criminal desenvolvida pela pasta, focando dias, horários e locais mais violentos.
Todas as armas apreendidas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil primeiramente são encaminhadas para o Instituto de Polícia Científica (IPC), a fim de passarem por exame de balística. “Esse é o procedimento correto e exigido pelo Estatuto do Desarmamento”, explicou o diretor do Instituto, Humberto Jorge de Araújo Pontes.

Depois de passarem por exame, as armas são enviadas de volta às delegacias e encaminhadas para a Justiça, onde são armazenadas até que sejam remetidas às Forças armadas para serem destruídas.

Revólveres são os mais apreendidos – Das 385 armas apreendidas pela Polícia Militar no primeiro trimestre de 2011, 220 foram revólveres, 64 foram espingardas, 32 pistolas, quatro garruchas, quatro rifles, e uma submetralhadora. Os dados são de um relatório de Análise Criminal desenvolvido pela Assessoria de Ações Estratégicas da Seds. O calibre mais apreendidos são o.38 (195) e .32 (20), seguidos do .380 (16) e .22 (11).

“É um tipo de arma comum, mais produzida no Brasil e cujo preço é mais comercial”, explicou o tenente coronel Júlio César. Segundo ele, as polícias estaduais estão fazendo seu papel de maneira efetiva, sustentando um dos pilares da Campanha do Desarmamento que é a repressão qualificada. Esta é acompanha de outros dois: o controle rígido das armas fabricadas e a entrega voluntária, realizada pelos cidadãos. Contudo, “há uma falha no controle das armas que circulam no país, até porque foi constatado que algumas das armas apreendidas nem sequer têm registro no Sistema Nacional de Armas (Sinarm)”.

Campanha do Desarmamento – Os esforços para reduzir as armas de fogo em circulação na Paraíba serão intensificados com a Campanha Nacional de Entrega Voluntária de Armas e Munições (Cevam) do Ministério da Justiça (MJ), lançada também no estado nesta quarta-feira (6) durante a abertura do Fórum Paraíba Unida pela Paz, realizado pelo Governo do Estado no Espaço Cultual.

A intenção é sensibilizar a população e recolher o maior número possível de armas de fogo. As novidades na edição de 2011 da campanha do MJ são: o anonimato, a inutilização do material ainda no ato de entrega, a agilidade no pagamento da indenização, que vai de R$ 100 a R$ 300 e pode ser sacada após 24h e em até 30 dias, além da ampliação da rede de recolhimento.

Na região metropolitana de João Pessoa, os postos da Polícia Militar serão o Núcleo Integrado de Policiamento Comunitário da Ilha do Bispo, em João Pessoa, a 3ª Companhia de Alhandra, o 7º Batalhão, localizado entre as cidades de Bayeux e Santa Rita, e a 4ª Companhia de Cabedelo. Os da Polícia Civil serão a Central de Polícia, localizada no bairro do Varadouro, e a Academia de Ensino de Polícia (AEP), que fica na Av. Hilton Souto Maior, no bairro de Mangabeira, ambas na Capital. Já o Corpo de Bombeiros disponibilizará postos de entrega de armas no Batalhão de Busca e Salvamento Cabo Branco e no Quartel Central do Comando, em Marés.

Segundo Almir Laureano, coordenador nacional adjunto da campanha, as armas de fogo serão destruídas ainda no local do recebimento com uso de uma marreta. “Essa forma é econômica e deu certo em Feira de Santana, na Bahia”, explicou, acrescentando que “os trabalhos na Paraíba estão se desenvolvendo com eficácia, devido à boa vontade do Governo do Estado em enxergar na campanha uma possibilidade na redução dos homicídios”.

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