Fardamento do Patrono da PMPB compõe acervo de museu

Museu possui mais de 500 peças expostas ao público (Fotos: Werneck Moreno)
Um dos uniformes de instrução utilizado entre as décadas de 1920 e 1930 pelo Patrono da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), o coronel Elísio Sobreira, é um dos destaques entre os itens expostos no museu da briosa paraibana – inaugurado em agosto deste ano, em João Pessoa. No total, são mais de 500 peças (entre documentos históricos, armamentos e painéis) à disposição do público e que retratam a evolução da PMPB ao longo dos 181 anos de sua história.

Além de ter sido usado pelo coronel Elísio, que chegou a ocupar o posto de comandante geral durante dois governos – no início do século XX, o fardamento traz as marcas que caracterizam as lutas da época. Em um contexto de intensos conflitos entre o poder constituído e os cangaceiros – que queriam criar um clima de insegurança que justificasse uma intervenção Federal na Paraíba, os uniformes da tropa eram confeccionados em tecido Brim (acompanhados por botas de cano alto), de forma que melhor se adaptassem ao clima seco e a vegetação (predominante a caatinga) do Sertão do Estado.

A região era um dos palcos das disputas, notadamente as cidades de Teixeira e Patos; além de Monteiro e Tapeorá (sendo estas na região da Borborema). O fardamento histórico de instrução também foi utilizado por Elísio Sobreira e seus comandados nos combates da Revolução da cidade de Princesa Isabel (no Sertão), quando coronéis locais se desentenderam com o poder estabelecido em virtude de interesses políticos e econômicos.

Todos esses conflitos deram visibilidade e renderam elogios a Elísio, devido à forma corajosa como ele atuava operacionalmente, chegando depois ao posto de Comandante Geral e mais tarde a ser o patrono da PMPB”, contou o vice-diretor do Museu da Polícia Militar da Paraíba, o tenente Emiliano de Cristo, ao lembrar que tudo que é ligado à história profissional de Elísio tem importância para a PM.

O uniforme utilizado por ele, à época dos combates mencionados, ainda carrega peculiaridades não mais vistas nos tempos atuais. Nos ombros, ao invés das estrelas que hoje definem a patente do militar, um laço húngaro e fitas é que ocupavam espaço na ‘luva’. Quanto mais fitas, maior era o posto do policial, chegando ao máximo de seis delas, que significavam a graduação de coronel.

O Museu

Criado inicialmente como memorial em 2004, o Museu da PM passou a ter uma nova configuração na gestão do atual comandante da briosa, o coronel Euller de Assis Chaves. Desde então, em janeiro de 2011, foi iniciado o trabalho de coleta de materiais de cunho histórico para compor o acervo do museu. O equipamento fica localizado no salão nobre do Quartel do Comando Geral da PMPB, na Praça Pedro Américo, no Centro de João Pessoa.

História da PM

Criada ainda no tempo do Império (em 3 de fevereiro de 1832), a Polícia Militar da Paraíba é, atualmente, o mais antigo órgão público em atividade no Estado da Paraíba. Ao longo da sua história, a PM esteve presente nos mais importantes momentos históricos do Brasil e da Paraíba, a exemplo do combate à Revolução Praieira, à Guerra do Paraguai, à Revolta do Quebra-quilos e à Coluna Prestes.

Inicialmente, a corporação foi formada com um efetivo de 50 homens, sendo 15 a cavalo e 35 a pé. As suas primeiras missões foram a Guarda da Cadeia e a execução de rondas no Centro de João Pessoa. Atualmente, a corporação conta com um efetivo de mais de nove mil homens e mulheres na ativa, distribuídos em 14 Batalhões de área, quatro Batalhões Especializados e sete Companhias Independentes.

Entre as atribuições da briosa, hoje, estão: planejar e coordenar as ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública; atuar também de maneira preventiva; fazer a guarda de presídios; realizar a fiscalização de trânsito nas rodovias estaduais e exercer a polícia administrativa do meio ambiente.

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