PM quer implantar novo método de policiamento nos bairros

Finalmente, uma boa notícia para quem anda preocupado com a violência crescente em João Pessoa. O Comando da Polícia Militar da Paraíba já tem em mãos um projeto batizado de “Bairro Seguro”, que se propõe a fazer, aqui, a mesma ocupação de áreas de risco que já existe no Rio de Janeiro, quando as “unidades de polícia pacificadora” se instalaram nos morros cariocas e diminuíram drasticamente os índices de violência registrados por lá. Pelo projeto, o primeiro bairro da capital a ser ocupado será o São José, com o monitoramento da área através de câmeras de vídeo e com a instalação de um “centro de operação” dentro do próprio bairro, considerado hoje um dos mais violentos da cidade.
Pioneiro na região Nordeste, o projeto está orçado em R$ 1, 37 milhão e contará com a instalação de, pelo menos, 20 câmeras de vídeo em pontos chaves dos bairros de São José e Manaíra. Para tirar a ideia do papel, o Comando da PM tenta, agora, captar recursos na Parceria Publico Privada e na Secretaria Nacional de Segurança Pública do Governo Federal.
De acordo com o coronel Wilde Monteiro, comandante da Polícia Militar da Paraíba, a ideia é integrar a polícia com a comunidade para que juntas elas ocupem a juventude com outras atividades e assim consigam diminuir a criminalidade. “Queremos investir na parte científica e nos avanços tecnológicos para combater o crime organizado de forma mais eficiente. Temos poucos recursos, mas queremos ter meios para maximizar esta nossa capacidade atual”, frisou.
A escolha do bairro São José não foi aleatório. O coronel Monteiro explica que estudos e análises criminais de geoprocessamento realizados pela PM revelaram um grande número de assaltos e uma certa quantidade de homicídios realizados em Manaíra por moradores da comunidade vizinha. O projeto Bairro Seguro viria para minimizar essas estatísticas. “Sabemos que a grande maioria dos moradores do São José são pessoas de bem, mas precisamos combater os 2% que tornam o índice de criminalidade alarmante”, prosseguiu.
A logística do projeto é relativamente simples. As câmeras de vídeo registram tudo o que acontece nos dois bairros e enviam os dados em tempo real para monitores de última geração localizados no segundo andar do centro de operação. De lá, os policiais têm condições de mover ou dar zoom nas câmeras para facilitar na identificação do problema e, via rádio, mandar policiais alocados em postos de controle fazer, em poucos minutos, a abordagem aos suspeitos.
Já no andar térreo do prédio, haveria uma espécie de contrapartida ao bairro, com o objetivo de integrar a população e os policiais. Lá seria construído uma sala de aula, uma biblioteca e um núcleo de inclusão digital com computadores ligados gratuitamente à internet. E tudo isto estaria a disposição dos moradores da comunidade.
“Temos que entender que este não é um problema apenas de polícia. Precisamos trazer benefícios ao bairro e deixar um espaço disponível para recebermos o jovem e tirá-lo do mundo do crime”, destacou Wilde Monteiro. “Este é um projeto piloto que vai unir policiamento ostensivo e ação social conjunta que, se der certo, será ampliado para outras áreas de risco de João Pessoa e da Paraíba”, completou.

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