Projetos sociais da PM auxiliam crianças em situação de risco
Um desses projetos, recentemente implantado e que vem de destacando, é a escolinha de artes marciais promovida pelo 5º Batalhão (5º BPM) – localizado em Mangabeira, na Capital. Atendendo inicialmente 40 alunos (divididos em duas turmas), em uma sala disponibilizada em suas próprias instalações, o projeto tem arrancado sorrisos e muita esperança da garotada.
Eu sonho em ser lutador, ganhar medalhas de ouro e quem sabe ser professor, contou Jorge da conceição, de apenas 11 anos. Para ele, a escolinha não é só um lugar para aprender as técnicas das artes marciais, mas também princípios de vida. Aprender a lutar para não brigar é um dos nossos lemas, lembrou.
Além dele, os coleguinhas Emerson Bernardo, 10 anos, e Everton Epaminondas, 12, tem na ponta da língua os ensinamentos que ouviram do professor, o cabo Bezerra Soares, mestre de Taekwondo e graduando em Educação Física. Controlar a raiva, ser obedientes aos pais e professores, tirar boas notas, contribuir para um mundo mais pacífico, elencaram, alternadamente.
Eu estou ficando bom, porque antes eu não sabia nem me comportar e agora estou sabendo, completou Everton. As aulas de Taekwondo acontecem duas vezes na semana, nas terças e quinta-feira, no período de 8 às 9h. Atualmente, os beneficiados são todos oriundos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Tércia Bonavides (localizada no bairro do Valentina, na capital), que auxilia o projeto disponibilizando o meio de locomoção dos alunos até o quartel.
Ampliação – Conforme o sub-comandante do 5º BPM, major Sérgio Foncesa, a ideia é ampliar o projeto em número de beneficiados e atividades oferecidas. Temos policiais com qualificação em outros esportes, a exemplo do Judô, e pretendemos utilizar isso para fazer crescer o projeto, disse o major.
Motivação Vindo também de uma situação de vulnerabilidade social, enquanto criança, o cabo Bezerra se inspira na própria história para ajudar as crianças carentes. Eu fui uma criança que vivi em situação de risco, fui vendedor de jornal e tive nesta fase o acompanhamento de pessoas da Polícia Militar que me ajudaram e incentivaram para que eu estudasse e servisse como soldado do exército e, posteriormente, ingressasse na PM, contou Bezerra.
Acredito que me identifico com esse trabalho por ter vivido esta situação e as artes maciais já me tiraram de situações de perigo. Sou feliz, porque hoje tenho condições de atender os pequenos carentes e fazer um trabalho parecido com o que eu recebi, revelou.
Para o professor, apesar do pouco tempo de trabalho junto aos alunos, já é perceptível a mudança no comportamento deles. Já observei e os educadoras da escola também comentaram que os alunos estão observando mais as regras, sendo mais disciplinados e com motivação para estudar e praticar a luta, frisou, ao citar, com os alunos, um dos gritos de guerra da turma: obediência às leis, lealdade aos amigos; nunca desistir dos objetivos.